Nestes congressos que tenho ministrado pelo país, uma das perguntas mais frequentes, é: “Pastor, o que o senhor diz sobre a côrte?”
“Côrte”, para quem não sabe, é um tipo de “namoro para crente” – mas sem se tocar (com beijos na boca, afagos, e etc).
É uma lista de “boas práticas” – para não dizer REGRAS – para jovens/adolescentes que desejam precocemente – ou não – se relacionarem.
Começo dizendo que a idéia é boa, mas a aplicação, na maioria da vezes, é quase inumana.
Quem é que pode apagar o fogo de uma garotinha de 14 anos com hormônios à flor da pele? Ou de um rapaz que vive sendo bombardeado pela Tv/Internet 24 horas com cenas de nudez/sexo?
Por favor, não estou falando de oração, jejum, leitura da palavra, etc. Não “espiritualize” o assunto!
O problema, é que muitas igrejas não sabe como lidar com as alterações sociais, hormonais e culturais desta geração HITECH.
Sim, porque durante milênios as mulheres casavam jovens; e, não havia nada como côrte, namoro, ficar, ou qualquer uma destas loucuras vigentes por aí.
Abro aqui um espaço para a seguinte observação: Se você está numa igreja que adota este método, e você aceita isso como regra, então, AMÉM!!!!
Siga em fé!
Por outro lado, eu seria um tremendo hipócrita em afirmar que os hormônios não ficam á 1000 por hora quando um casal de namorados se encostam ou se beijam.
Tem gente que pensa que “sangue de crente” é “óleo de unção“.
Há quem diga que “gasolina de crente pega fogo mais rápido”… vai saber!!!
Sei que os mais “puros” – em sua própria consciência – irão se escandalizar com minhas frases que se seguem, mas no fundo, eles sabem que é verdade!
Vejo gente dizendo:
“Provem!!. mas não sintam o gosto”.
“Toquem!!!… mas não desejem”
“Abracem-se!!! mas sem a ânsia da penetração”.
“Desejem um ao outro, mas isso sem tesão”.
Dizer esse tipo de coisa, só joga a pessoa para a transgressão e aprisionamento psicológico, tornando-a verdadeira tarada(o), doente sexual, pervertido e amoral.
Agora… ele vive fugindo para se satisfazer na internet. Não transa com a namoradinha, mas é um expert em pornô-solo.
Não transa com ele, mas tem um motel instalado na mente, e cheia de fantasias.
Estou eu mentindo? Fora da realidade?
O namoro precisa ser encarado com responsabilidade e seriedade dentro de nossas igrejas – pena que vejo muitos pastores enfiando a cabeça na terra como avestruz (fingindo que nada disso existe) – aguardando que venha alguém que lhe dê um bom chute no traseiro pra acordar – geralmente, quem faz isso, são aqueles mesmos adolescentes da “côrte”.
O que Eclesiastes diz? “…há tempo para todas as coisas debaixo do sol.” Isso significa que os pastores/líderes deveriam ensinar aos jovens/adolas à discernirem o tempo e o grau de resposabilidade que é um namoro.
Além disso, a bíblia também diz que o jovem deve alegrar-se em sua juventude; sempre lembrando que há bons prazeres e maus prazeres (porém destes últimos você terá que prestar contas).
Ninguém que namore é obrigado à casar-se com o outro. O namoro é justamente o periodo probatório para algo “mais sério”. Mas evitar que se toquem? Que se beijem?
Tem pais que foram criados em regime militar e querem impor isso na ATUAL CONJUNTURA SOCIAL!! Meu Deus!
Garanto que regras não impedirão que consumam qualquer ato pecaminoso que tenham em mente – e você sabe disso!
Mas qual a intenção do namoro? Rala-rala? Aprisionamento sentimental? Enfraquecimento da fé? Péssimo rendimento na escola? Aumento da conta de celular? Madrugadas perdidas na internet?
Apenas pense!
Quer fazer côrte? Então faça!
Seja cortês!!!! Educado; chame ela para trocar uma idéia; Mostre a ela quem você realmente é, sem aquela falsa identidade de DON JUAN. Pague a conta com SUA GRANA – e não com a grana do seu pai.
Seja responsável, sóbrio…
E você, mocinha, deixa de ser “chiclete”. Homem detesta menina que gruda!
Nada de ficar emburrando por causa dos scraps deixados no orkut dele; Nada de vasculhar os torpedos que ele recebe.
Se você não confia nele, agora é uma boa hora de sair fora disso. A pior coisa da vida, é estar do lado de alguém que não se confia.
Lembre-se: “Mais vale um canto de águas furtadas, do que uma casa ampla com uma mulher rixosa”.
Fica aí o breve e humilde parecer de quem atende à centenas de adolescentes, e conhece esta realidade bem de perto.
Pr. Emerson Fregona
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