O Paradoxo da Fé



“Desejo uma fé que funcione. Uma que eu possa acionar sempre que preciso. Que resolva meus problemas sem me dar muito trabalho. Eficiente e infalível. Desejo uma fé que funcione na realização de outros tantos desejos. Simplesmente porque a quantidade deles extrapola meus recursos, limites e mesmo força de vontade.

Esse mundo oferece muitas coisas; não dou conta de conquistar todas elas. Alguém me disse que a fé pode ajudar. Preciso de uma fé simples, sem grandes desafios ou exigências. Algo mais parecido com um roteiro, um mapa ou uma receita. Que não me obrigue a reflexões, mas apenas procedimentos. Faça isso… agora aquilo… deste jeito… tantas vezes… Seria o ideal.” – diz alguém sem qualquer compromisso.

É tão mais fácil ter uma fé que não é exatamente a fé bíblica, histórica, dos homens e mulheres que pagaram o preço de um relacionamento com Deus, não é? Seria mais como encontrar uma lâmpada mágica, daquelas que abrigam gênios poderosos, que esfregamos para fazer pedidos e receber os resultados. Por que não?

Como nunca encontraremos lâmpada nenhuma, tentamos fazer da Bíblia uma espécie de caixa mágica dos desejos. A lemos, não para aprender suas lições, princípios e valores, mas para nos apropriarmos do poder que ela deve ter. “Afinal, é a Palavra de Deus. Deve funcionar.” – Continua esse mesmo alguém.

Mas não é assim que funciona! Devemos nos aproximar de Deus com um coração reverente e um espírito submisso, interessado muito mais em obedecer à Sua vontade que em satisfazer nossos anseios. Se negarmos a nós mesmos e nos rendermos aos propósitos do Senhor, seremos felizes de fato e veremos nossos sonhos mais íntimos realizados, como jamais imaginamos.


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