A tentação de Jesus

De todas as vezes que somos tentados, quantas caímos em tentação? A tentação é, também, uma batalha que se repete diariamente em nossas vidas. E é nessas horas de luta – e até mesmo de fraqueza – que eu me pergunto: O que Jesus faria? Ele, como todos nós seres humanos, também sofreu tentações. Não posso dizer que a tentação no deserto foi a única (e nem o contrário), pois na bíblia há apenas esse relato.


Jesus passou por três níveis de tentação: o físico, o mental e o espíritual. Todos caminhos de morte. Primeiro, o tentador ofereceu a ele comida, pois sabia que estava com fome. Nós somos tentados onde mais perecemos, nos nossos pontos mais frágeis, nos nossos dias mais difíceis. Ele estava há dias sem comer e só quando sentiu fome é que foi tentado.

“Ok, mas pra ele era muito fácil resistir”. Primeiro, vamos parar de achar que tudo era mais fácil para Jesus. Ele veio como homem, do ventre de uma mulher, justamente para passar por tudo o que passamos e nos inspirar a sermos como Ele. Também sentiu dor, amou, chorou e sofreu. E foi, inclusive, tentado.

Nesse primeiro “nível” (só estou colocando assim, para explicar melhor), Jesus respondeu com um ensinamento bíblico (Dt 3.8). Quando somos tentados na nossa carne, à nível de desesjos carnais, de coisas que possam nos satisfazer, devemos lembrar que são coisas passageiras e que o que mais importa realmente é a palavra de Deus, o reino dos céus que está por vir. Essa é a nossa defesa: a certeza de uma felicidade vindoura.

O segundo nível foi mental. Tentaram enganar Jesus, desafiando a sua palavra. Em nossos dias, somos desafiados na fé. As pessoas estão a todo tempo querendo que nós provemos a existência de Deus, ou mesmo a nossa própria fé. Ele existe e não precisa de que nós acreditemos para isso. O inimigo usou a própria palavra para tentar Jesus. Quando não estamos com os nossos olhos espirituais abertos, podemos cair em tentação.

Jesus se defede, novamente com a palavra, reafirmando sua fé e se satisfazendo com a sua própria certeza. Devemos firmar o nosso pensamento, para não sermos facilmente influenciado por falácias. O terceiro nível foi espiritual, quando o diabo ofereceu a Jesus todos os reinos, ofereceu poder. Nós, à nível espíritual, somos tentados a abandonar Deus e decidirmos tudo sozinhos. Como se, com Deus, não tivéssemos poder sobre nós mesmos.

Não sejamos enganados, a fé é uma escolha racional (Hb 11.1). Quem decide crer e seguir a Cristo somos nós, com a nossa própria força. Sabemos quem somos, o que iremos passar e para onde vamos. É uma lógica que seguimos. Mas todos os dias somos tentados ao egoísmo, a nos focarmos em nós mesmos e deixarmos as coisas de Deus de lado.

Como Jesus venceu? Novamente, com a palavra. Reconhecendo que Satanás etava o tentando, expulsou-o daquele lugar e reafirmou sua entrega a Deus. Devemos buscar sempre uma intimidade com Deus, para entendermos quando estamos sendo tentados, guardando os seus mandamentos e, pela força Dele, colocarmos em prática o nosso domínio próprio, a fim de que não possamos ceder.

É importante lembrar que todos esses níveis estão interligados. No final de tudo, o inimigo quer nos ver afatados da presença de Deus. A inveja dele é tão grande que ele quer que nós, que damos graças a Deus, acabemos derrotados com ele. Mas, se voltarmos a essa passagem bíblica, Jesus, em todo tempo, usou a palavra de Deus para se defender. Devemos fazer o mesmo, seguir o exemplo dele e todos os dias se perguntar ‘O que Jesus faria?’.


“Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti” Salmos 119.11